Na fase de discussão dos Requerimentos, na Sessão Extraordinária da última quarta-feira (19), o vereador Kelvin foi à tribuna e usou o tempo de fala para atualizar informações sobre o dissídio dos servidores. “Desde outubro, o Sindicato dos Servidores tenta marcar uma conversa com a Prefeitura para apresentar a proposta dos servidores, construída pelos trabalhadores em Assembleia. Passou novembro, dezembro e nada. Talvez a Prefeitura estivesse ocupada trabalhando na elaboração do Projeto de Lei que criou os 56 cargos em comissão e que causarão o impacto de R$ 5,5 milhões no orçamento da nossa cidade. E para gente que, como vimos nas falas da vereadora Cintia e do vereador Márcio, está recebendo um salário de R$ 17 mil por mês para fazer passeio marítimo”, iniciou o vereador.
Kelvin comentou que em janeiro o Sindicato protocolou diariamente ofícios ao prefeito, propondo diálogo. “Resposta: silêncio. Aí o Sindicato montou uma barraquinha, inclusive citando quanto foi aumentado o salário do prefeito, do vice e dos secretários, além da quantidade de cargos que foram criados neste ano. Então a Prefeitura chamou o Sindicato para conversar, porém só ouviu. Silêncio. Diante disso, houve a necessidade de judicialização, o que o Sindicato fez com base na Lei Municipal 3706/2005”, explicou o vereador.
“O desembargador Wilton Borba determinou uma reunião de negociação que ocorreu hoje. É engraçado que só sob pressão a gestão se moveu. Ontem, a vice-presidente do Sindicato, Terezinha, se reuniu com representantes do prefeito. Fim do silêncio. Esclarecimentos aos servidores públicos municipais de Tatuí. Qual foi a proposta apresentada pela Prefeitura? Reajuste de 4,77%, que é referente à inflação, e o pagamento da cesta básica de julho de 2024 e o reajuste agora de fevereiro em 2025”, disse Kelvin.
“Pelas informações que já estão nas redes sociais, sobre a audiência que ocorreu hoje com o desembargador e o Sindicato, foram feitas inúmeras sugestões de acordo junto ao representante da Prefeitura, como bem citado pela vereadora que me antecedeu, pois o prefeito não foi. A proposta da Prefeitura segue a mesma: a inflação e o reajuste da cesta básica referente ao mês de julho de 2024 e ao mês de fevereiro de 2025”, comentou o vereador.
“Então, senhores vereadores e público, faço um apelo ao prefeito, um apelo à administração: o prefeito é servidor público municipal. Que ele coloque a mão na consciência, analise os dados da administração e veja que há sim possibilidade de oferecer ao servidor, que é gente que cuida de gente, que é gente que está atendendo os idosos nos postos de saúde, que é gente que está cuidando das crianças nas creches, que é gente que garante a nossa segurança, e apresente aos seus colegas servidores uma proposta decente. Prefeito, valorize a sua própria categoria. Essas propostas serão levadas para a Assembleia do Sindicato dos Servidores”, enfatizou Kelvin.
O vereador falou também sobre a Moção de Aplausos e Congratulações 35/2025, direcionada à Casa da Práxis. “Vocês já ouviram falar muito e a gente até ganhou um apelido carinhoso do atual vice-prefeito, que era ‘casinha’. A Casa da Práxis, gerida pelo Movimento Popular Práxis, é um espaço sociocultural que desempenha um papel fundamental na promoção da educação, cultura e organização popular em Tatuí. Fundado em 2017, tornou-se um ponto de referência para grupos culturais, sociais e populares, oferecendo acesso gratuito a atividades formativas para a população de baixa renda. Coloquei em destaque nessa Moção o nosso cursinho pré-vestibular gratuito. Desde 2018 o cursinho deu oportunidade a centenas de jovens a acessarem o ensino superior. Nesse período, mais de 210 alunos conquistaram vagas em universidades estaduais e federais, entre as melhores do Brasil, bolsas integrais pelo Pró-Uni e FIES em faculdades particulares”, destacou Kelvin.
Ainda de acordo com o vereador, o projeto promove a igualdade de oportunidades para estudantes de escola pública de baixa renda. “Os melhores cursos universitários e aqueles de mais difícil acesso geralmente são públicos, mas acabam sendo ocupados por estudantes que vieram de escolas privadas, pois no ensino privado há uma formação específica para que os alunos estejam prontos para a técnica do vestibular. O que nos propusemos a fazer, de maneira voluntária e gratuita, mobilizado pela própria sociedade civil, é dar uma oportunidade pública gratuita, com aulas de segunda a sexta, das 18h45 às 22h20, para estudantes de escola pública poderem disputar em pé de igualdade”, concluiu Kelvin.
Em aparte, o vereador João Éder agradeceu e parabenizou o vereador Kelvin. “Também parabenizar a Cláudia e a Terezinha, ambas do Sindicato dos Servidores, pois sei que têm um trabalho com o seu gabinete em favor do funcionalismo público do nosso município. Realmente trata-se de uma pauta emergencial. Falávamos em 6 de janeiro, durante a criação dos novos cargos, que a nossa esperança seria, naquele momento, que estivéssemos votando o dissídio do funcionalismo público. Isso não se tornou realidade. E passados 50 dias praticamente, ainda não tivemos a proposta enviada a esta Casa, nem sequer uma discussão que realmente permita a apresentação por parte do Sindicato, da proposta que o funcionalismo público deseja ver. De qualquer forma, deixo o meu mandato também à disposição, para que o funcionalismo possa ser contemplado com esse dissídio o quanto antes”, afirmou.
“Em relação a essa Moção à Casa da Práxis, costumo separar qualquer ação que seja, de qualquer vínculo ideológico, que por vezes as pessoas acabam menosprezando algumas atitudes, simplesmente por não fazer parte da mesma ideologia. E ali, tudo que foi feito em relação a esse curso pré-vestibular, a transformação de tantas vidas, é sim motivo de agradecimentos à população e de parabéns a vocês por construírem esse trabalho”, encerrou João Eder.