Vereador disse que a situação tem sido recorrente
Em tribuna na Sessão Ordinária da última segunda-feira (28), o vereador Maurício Couto reiterou a cobrança sobre a falta de alguns modelos de bolsas de colostomia, explicando que devido aos procedimentos médicos, nem sempre uma determinada bolsa serve para todos. “Dependendo do paciente, a base da bolsa não dá certo, não tem uma boa adaptação. Hoje é um direito do paciente ter o material correto e existe uma portaria para isso. Venho novamente aqui falar da falta de bolsas para os pacientes ostomizados. É por eles, também, que fui eleito. Quero deixar registrado aqui que existem alguns modelos em falta, não são todos. Mas para o paciente que está precisando de um modelo específico, faz toda a diferença”, comentou.
Ainda de acordo com o vereador, às vezes os profissionais colocam outro modelo para tentar adaptar, mas não dá certo. “Isso vai gerar gasto de material. Usam um material, a bolsa não se adapta bem, troca novamente, faz uma, duas, três vezes a troca da bolsa. É um desconforto para o paciente que precisa retirar, limpar, e só quem passa a necessidade sabe a importância de ter o material correto. O que está faltando? Qual a justificativa oficial para a recorrente falta das bolsas de colostomia na rede de fornecimento da Prefeitura? Quais medidas estão sendo tomadas para que não falte?”, questionou.
Em aparte, o vereador Eduardo Sallum, presidente da Câmara, afirmou que talvez o problema seja a falta de um órgão competente na Prefeitura para fazer um processo de licitação com o detalhamento necessário das especificações técnicas. “Já ouvi de pessoas de dentro da Prefeitura, que não podiam fazer o processo tão detalhado, pois seria considerado licitação dirigida. Só que esse é um caso muito específico. Então pode chamar o TCE para acompanhar. Estou há oito anos ouvindo sobre esse problema. E não é algo que custa muito caro para o Poder Público. Até por que não são muitas bolsas, não são muitas pessoas. É algo que seria marginal ao orçamento de Tatuí. Parece que falta capacidade técnica para conseguir fazer uma licitação que tenha o detalhamento necessário”, afirmou Sallum.
Maurício Couto enfatizou em seguida que é preciso ter controle para que não falte mais. “Tenho áudios de pacientes e não estou falando aqui à toa. Se precisar, esses pacientes dão depoimento. Existe o detalhamento, existe ata de acordo com cada material, foi feito o pedido, foi pra Secretaria, mas ainda não chegou. O que está faltando? As empresas receberem para enviar o material? Comecei aqui o projeto e em agosto fez três anos o setor em Tatuí, pois Sorocaba não recebia mais os pacientes novos. Começamos com 13 e hoje temos quase 60 pacientes ostomizados. Fiz pós-graduação, pois eu cuido de pacientes ostomizados, avalio, coloco indicação para o melhor material e no caso de falta a gente tem que adaptar. Muitas vezes não dá certo para o paciente, causa constrangimento para o profissional, para o paciente e para a família”, explicou.
O vereador afirmou que Tatuí é referência nessa área, mas precisa melhorar. “Evoluiu bastante, hoje temos referência em Tatuí, faço atendimento pela Prefeitura pois sou funcionário público e quando precisa também faço atendimento voluntário na casa dos pacientes. Então precisa melhorar. Por que não está chegando? O profissional tem todo o empenho para indicar o melhor material e daí tem a falta. É difícil assim”, concluiu.